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    5º Encontro de Resseguro do Rio de Janeiro debate oportunidades e desafios para o setor

    2016-04-05

    Fonte: CNSeg

    “Não podemos omitir que o Brasil vive momentos bastante complexos, que atingem indistintamente todos os setores da economia brasileira, colocando vários desafios também para o mercado segurador. Mas é justamente nesse momento que a missão, natureza, objetivos e propósitos do setor de seguros e resseguros podem contribuir ainda mais para a recuperação da economia e proteção dessa imensa legião de brasileiros que precisa preservar seu patrimônio, vida e saúde”.
     
    Essa foram as palavras que marcaram a fala do presidente da CNseg, Marcio Coriolano, durante a abertura do 5º Encontro de Resseguro do Rio de Janeiro, que teve início hoje, dia 5, no Hotel Sofitel, em Copacabana, reunindo mais de 400 representantes do mercado segurador e ressegurador brasileiro.
     
    Marcio também apresentou alguns números do mercado ressegurador que demonstram sua resiliência à crise, à semelhança do setor segurador. Em 2015, disse ele, o volume de seguros cedidos pelas seguradoras brasileiras foi de 10 bilhões e 100 milhões de reais, representando um aumento de 12% em relação ao ano anterior, sendo que mais de 60% desse montante foi colocado em resseguradoras locais.
     
    E ainda há espaço para mais crescimento, de acordo com o presidente da CNseg, que lembrou das oportunidades que podem ser exploradas nos ramos ligados à infraestrutura, por meio da ampliação do seguro garantia, e no seguro saúde, devido ao aumento do valor das indenizações cobradas às operadoras. “O seguro rural, a partir da prevalência da política agrícola no Brasil, certamente é outro que merecerá uma atenção especial por parte dos resseguradores”, disse ainda.
     
    Ao tomar a palavra, o presidente da Federação Nacional das Empresas de Resseguros (Fenaber), Paulo Pereira, falou sobre os dois principais projetos em desenvolvimento pela entidade. O primeiro, o Polo Regional de Resseguro, criará condições para resseguradoras se instalarem no Brasil e subscreverem riscos de fora do País, principalmente na América Latina, que tem um mercado de resseguro de 21 bilhões de dólares, enquanto o brasileiro é de 2,5 bilhões de dólares.
     
    Assim, segundo Paulo, “se conseguirmos atrair 10% do mercado da América Latina, estaremos praticamente dobrando o mercado brasileiro”. O projeto do Polo Regional de Resseguro deve estar finalizado entre final de maio e início de junho para ser apresentado ao Ministério da Fazenda. Mas os desafios são grandes, lembrou ele, e para ser bem sucedido, Paulo afirmou que é preciso haver mudanças no ambiente regulatório, trabalhista e tributário brasileiro.
     
    O outro projeto, desenvolvido em parceria com a FenSeg, é o do seguro de garantia de grandes obras civis de infraestrutura. “O governo deixou muito claro que, nesses casos, em caso de sinistro, não quer um cheque, mas a obra pronta”, afirmou o presidente da Fenaber. E para desenvolver o produto mais adequado possível, estão conversando com o governo para entender suas necessidades e mostrar o que pode ser feito. Assim, a expectativa é que a importância segurada média do seguro de garantia de grandes obras, que hoje é de 5%, com esse produto, passe para 30%, concluiu.
     
    Também compondo a mesa de abertura do evento, o superintendente da Susep, Roberto Westemberger, lembrou que, entre as várias funções do resseguro está a de ser a ser locomotiva da indústria de seguros no sentido do desenvolvimento de novos produtos. E falando sobre novos produtos, Westemberger cobrou a criação de alguns para atender ao mercado de longevidade de fundos de pensão, que é de cerca de 20 bilhões de reais e já possui todo o aparato regulatório necessário.
     
    Westemberger ainda  aproveitou a oportunidade para falar sobre o seguro auto popular, cuja norma que libera a comercialização foi aprovada na semana passada. “Há um ou outro detalhe que ainda não está perfeito, mas vamos corrigir para que atinja o que foi pensado e atenda uma parcela da população que precisa de proteção para suas necessidades e não tem condição de pagar o preço oferecido por uma apólice tradicional, que utiliza sempre peças novas.”
     
    O 5º Encontro de Resseguro do Rio de Janeiro prossegue hoje à tarde e amanhã, debatendo questões estratégicas, com a apresentação de temas correntes que estão em evidência nos diversos mercados ao redor do mundo.