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    Munich Re prospecta seguradoras especialistas em automóveis

    2015-04-14

    Fonte: Sonho Seguro

    O seguro de carro, o mais vendido no Brasil quando o assunto é proteger bens, é o alvo da resseguradora local. A estratégia é ofertar às companhias um resseguro para a carteira de seguro automóvel e assim parte do capital destinado às reservas técnicas obrigatórias seja liberado para o crescimento das vendas.
     
    “Ter um contrato de resseguro tem um custo muito menor do que captar por meio de emissão de debêntures ou aumento de capital, explica Rodrigo Belloube, CEO da Munich Re Brasil. “Na emissão de debêntures, a empresa se compromete a pagar Selic mais alguma coisa. Em resseguros, é Selic menos alguma coisa”, afirmou ao blog Sonho Seguro durante o 4o. Encontro de Resseguros que acontece no Rio de Janeiro, com apoio da CNseg.
     
    Trata-se de um mercado significativo, levando-se em conta que o seguro automóvel movimentou vendas de R$ 32 bilhões em 2014. Várias seguradoras atuantes no Brasil tem o seguro de carro como o principal produto comercializado, Entre as principais seguradoras em automóvel temos Porto Seguro, BB e Mapfre, Bradesco SulAmérica, HDI, Liberty, Tokio Marine, Allianz, Yasuda Marítima e Zurich. A BB Seguridade avança em automóvel e a Caixa prepara a sua atuação no segmento.
     
    De acordo com o CEO da subsidiária brasileira do maior grupo ressegurador do mundo, há três negociações em curso no Brasil neste sentido e mais de dez na América Latina. No mundo todo, a Munich Re movimenta cerca de US$ 500 milhões em prêmios (valor pago pelos clientes para ter a cobertura) neste tipo de contrato e o segmento mostra tendência de crescimento por ter um custo menor para as companhias entre as opções existentes para aumentar capital.
     
    Tradicionalmente, o resseguro sempre foi a transferência do risco técnico. Mas com o alto custo de captação de recursos nos mercados financeiros mundiais desde a crise financeira em 2008, o resseguro se tornou um instrumento financeiro para a gestão de capital. A lógica da operação financeira é que o capital requerido pelos riscos dos ativos não muda, mas o capital requerido pelos riscos dos passivos decresce porque uma parte da carteira fica protegida pelo ressegurador.
     
     
    O executivo explica que o resseguro pode ser usado, além da proteção tradicional, para diminuir as exigências de capital requerido (pelo regulador, agência de rating e casa matriz), ou para obter capital adicional por financiamento de lucros futuros. O resseguro torna-se assim uma ferramenta alternativa para estratégias de gestão de capital.
     
    Para alívio de capital de solvência contratos cota-parte podem ser eficientes. Nesta operação, em que o segurador cede parte de seu risco ao ressegurador, a companhia é capaz de diminuir seu capital em risco e aliviar sua solvência, viabilizando o crescimento de seus negócios. Para atuar nesse segmento, a subsidiária local do maior grupo ressegurador do mundo estruturou uma equipe local especializada em questões de capital, com dois expatriados de Munique junto com colegas brasileiros de diferentes formações.